Por João Mauro
I. DISTRAÇÃO
−Notou que hoje o café estava mais amargo?
−Sim. Começamos uma dieta?
−Não. Acabou o açúcar...
Notou que o seu pão estava sem manteiga?
−Sim, por isso só comi a metade. Acabou também?
−A manteiga... E o requeijão.
−Tudo será resolvido com uma ida ao mercadinho!
−Não. Tudo não.
Digo: o açúcar, a manteiga, o requeijão...
−O box do banheiro está quebrado. A lâmpada do aba...
−Amor! Não sei o que você quer com isso...
Mas antes deixa eu te dizer uma coisa:
Com uma mulher como você, não consigo sentir falta de açúcar... manteiga... requeijão!
Olhando pra você, tudo o mais é distração!
II. LEMBRANÇA
− Chega! Não vou sustentar parasita!
Não quero te ver mais aqui!
Vai embora ou eu chamo a polícia!
−Não precisa! Já estou indo...
Não quero nada de você!
Quer dizer, quero sim: posso levar a TV...?
(Da série “o divórcio da razAo” - primo, jornalista e poeta)
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