Ricardo Marques

É preciso muita personalidade para abrir um show com uma música dos Stones. A Banda Vertigo tem! A primeira canção do setlist dos caras é nada menos que “Sympathy For The Devil”, um clássico de 1968, envolvente e dificílimo de tocar. Ainda mais porque Jagger e cia utilizam-se de duas guitarras solo e – especificamente nesta música – um catatau de instrumentos base. A Vertigo, do contrário, tem no palco apenas quatro músicos – um baterista, um guitarrista e um contrabaixista, além do vocalista. Mas os caras se superam e fazem um som de altíssimo nível, capaz de agradar o mais exigente dos fãs de rock and roll – um segmento que, diga-se de passagem, é muito forte e presente na Ilha de São Luís (MA), diferente daquilo que este redator imaginara.

Em outro setlist, os caras da Vertigo não incluíram Sympathy For The Devil, substituíram-na, porém, por Bohemian Rhapsody, do Queen, outro clássico do rock – e não menos difícil de tocar. De novo os caras mostraram que têm personalidade – e talento, muito talento!

Até porque, mais que simples canções de rock and roll, Sympathy e Bohemian são óperas-rock, que exigem muito das bandas que se propõem tocá-las, da harmonia instrumental à força vocal.

Aliás, o repertório da Vertigo tem várias canções de bandas importantes, porém menos tocadas na noite, como Pink Floyd – ‘Wish You Were Here’ não vale! hehehe – e The Doors, o que dá um diferencial bem bacana no show dos caras, ainda que eles não deixem de tocar aquelas canções mais conhecidas do grande público, e aqui entram Bon Jovi, U2, A-ha e outros mais que não poderiam mesmo ficar de fora.

Enfim, a longevidade do rock and roll me parece estar salvaguardada na capital do Maranhão. Vida longa ao RNR!!!

Em tempo: Em tempos de pandemia, os principais pub`s de São Luís transmitem os shows pelas redes sociais, um lance bem legal, pois quem ainda não se sente seguro o bastante para sair de casa e viver a noite ‘in loco’, pode aproveitar para matar um pouquinho a saudade sem remorso no dia seguinte.