Ricardo Marques

Há cerca de três meses sem receber salário, médicos do Hospital Macrorregional Dr. Everaldo Ferreira Aragão — o macrorregional de Caxias (MA) — ameaçam paralisar o atendimento clínico geral e da UTI. Esta semana eles procuraram a deputada estadual eleita Cláudia Coutinho (PDT) e pediram que ela intervenha junto ao Governo do Estado para que eles recebam os seus vencimentos.

Sensibilizada pela situação dos médicos, Cláudia Coutinho, que conhece bem as demandas daquela unidade regional de saúde, pois foi coordenadora do NIR (Núcleo Interno de Regulação de Leitos) durante os governos Flávio Dino, manifestou preocupação com a possibilidade de paralisação do atendimento e disse que vai procurar o governador Carlos Brandão para tentar resolver o caso.

“Na condição de deputada eleita e futura representante de Caxias e região na Assembleia, vou procurar o governador e pedir uma solução imediata para o problema”, disse a deputada eleita.

A preocupação dos médicos aumentou desde a semana passada, quando a Associação Pioneira de Assistência e Gestão em Saúde (Apiages) — uma empresa privada, responsável pelo pagamento dos salários dos médicos no hospital macrorregional — teria tido as contas bloqueadas após ser incluída no rol de investigados pela Operação Arconte da Polícia Federal em suposto esquema que teria desviado R$ 9,5 milhões da saúde municipal de Caxias.

Outra suposta irregularidade apontada pelos médicos que precisa ser apurada seria o nome do diretor-geral do Hospital Macrorregional de Caxias, Ermando Vieira de Moura Filho, constar no quadro de sócios da Apiages, o que em tese caracterizaria crime de improbidade administrativa, uma vez que o gestor pode estar atuando dos dois lados do balcão, pagando e recebendo ao mesmo tempo.

“Vou sugerir ao governador Brandão que cheque a veracidade dessas informações e, caso confirmadas, proceda a pronta substituição dessa empresa, antes que a imagem do governo dele seja prejudicada.”, afirmou Cláudia