POR AZIZ SANTOS
Ouço muitas lamentações de companheiros e outras personalidades sobre o que eles denominam de debilidades do PDT. Interpretam como debilidades o resultado das eleições para governador do Estado.
Ora, nada mais longe da verdade. Vejamos: o PDT consolidou um percentual de votos exclusivamente dele; manteve deputado no Congresso Nacional; fez bancada razoável na Assembleia Legislativa; possui dezenas de prefeitos; sabe promover alianças de interesses comuns aos que dela participam; é visto como o único partido capaz de fazer oposição consciente, clara e permanente aos possíveis desacertos do governo estadual.
Mas, tudo isso é ainda pouco para caracterizar o perfil do PDT no Maranhão. Onde está sua real força? É evidente que ela não está nas lideranças que se movem de um partido a outro ao sabor dos ventos; não está naqueles que exercem posições de destaque no seio do Partido, mas nem o seu estatuto conhecem; não está naqueles que, embora filiados, lhes dão as costas nas disputas eleitorais; não está nos fracos que se rendem ao tomarem consciência que agora são oposição; enfim, não está nos que se vendem antecipadamente ao chamado dos poderosos.
A sua real força está nas suas raízes, no trabalhismo, na sua HISTÓRIA. É aí que reside a sua riqueza, a seiva que o sustenta. É na Carta de Lisboa; é no conceito internacional que conquistou ao longo das décadas; nas suas realizações em favor do povo brasileiro; no perfil e na história política dos seus grandes nomes – com Getúlio Vargas a industrialização do País; com Jango, as reformas de base; com Brizola, os brizolões e a coragem de se antepor à temível Rede Globo; com Neiva Moreira, a luta implacável pela soberania dos povos do Terceiro Mundo; com Jackson Lago, o combate às oligarquias maranhenses ao longo de 40 anos.
Qual outro partido no País pode ostentar história semelhante?
*Economista; ex-secretário de Estado do Planejamento do Maranhão
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