Lula foi eleito com o compromisso de preservar, não de atacar, a democracia. Contudo, o ministro Flávio Dino assumiu o papel de inquisitor oficial da República, demonstrando pouca tolerância à crítica.
A campanha que elegeu Lula da Silva para um 3º mandato presidencial enfatizava a necessidade de proteger a democracia – “ameaçada sob Bolsonaro”, diziam petistas e afins. Contudo, a realidade do governo Lula III, a menos de 40 dias de fechar o primeiro ano, parece refletir uma distopia orwelliana, marcada por tentativas de censura à imprensa e intimidação de jornalistas.
O caso dos ataques ao "Estadão" e seus profissionais, após o jornal revelar o périplo que a mulher do líder do Comando Vermelho no Amazonas fez pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, de tão cabuloso, ensejou várias reações. A Associação Nacional de Jornais expressou repúdio, destacando a incompatibilidade desses métodos com valores democráticos. “O uso de métodos de intimidação contra veículos e jornalistas não se coaduna com valores democráticos e demonstra um flagrante desrespeito à liberdade de imprensa.”, diz um trecho da nota.
Durante seu mandato presidencial, Jair Bolsonaro envolveu-se em conflitos com diversas esferas sociais e políticas. E enquanto se dizia vítima de um sistema que o perseguia, colocava a imprensa como seu principal alvo. As agressões a veículos de comunicação e jornalistas eram recorrentes tanto por parte do então presidente quanto por seus seguidores. Com a derrocada do bolsonarismo, imaginava-se que esses comportamentos autoritários tivessem acabado e o Brasil voltasse à serenidade. Contudo, o ministro Flávio Dino assumiu o papel de inquisitor oficial da República, demonstrando pouca tolerância à crítica. Essa atitude representa uma afronta a um dos fundamentos da democracia: a imprensa. Apesar de integrar um governo que se diz democrático, o comunista maranhense revela-se um líder tirânico, uma realidade que já era bem conhecida de todos nós, jornalistas aqui do Maranhão, e que o Brasil agora começa a perceber também.
O episódio das agressões ao Estadão e seus jornalistas exige repúdio e reflexão porque mexe com as garantias fundamentais da atividade jornalística, essencial para a defesa da sociedade. Vale ressaltar que Lula foi eleito com o compromisso de preservar, não de atacar, a democracia.
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