Comunistas e latifundiários estão com a bílis alterada e os nervos à flor da pele; já não conseguem esconder as diferenças
O desarranjo na base governista na Assembleia Legislativa do Maranhão já era esperado. Estava escrito nas estrelas que cedo ou tarde aconteceria. E aconteceu mais tarde do que cedo, convenhamos, porque o apego aos cargos à sombra do poder faz parte da tradição política tupiniquim. Mesmo figuras mais ideológicas têm dificuldade de desapegar.
A questão é que algumas diferenças são inconciliáveis. Divergências ideológicas, em particular, são muitas vezes tão profundas que tornam impossível uma convivência genuína. Embora possa parecer que grupos ideologicamente opostos consigam conviver e operar como um só – de forma orgânica e harmoniosa – essa unidade é geralmente superficial, motivada por interesses temporários; circunstanciais. Quando esses interesses e circunstâncias se dissipam, as verdadeiras diferenças vêm à tona, e qualquer semblante de harmonia se desfaz.
É o que se passa nas entranhas do poder no Maranhão. E o que era soprado em murmúrios de ambos os lados, começa a ganhar volume. Comunistas e latifundiários estão com a bílis alterada e os nervos à flor da pele. Já não conseguem mais esconder o desarranjo que paira na relação entre os grupos que gravitam no entorno do Palácio dos Leões.
Essa fratura, contudo, não é fenômeno do acaso. E já era prevista. Resultado de uma escolha tão impetuosa quanto imprudente, que juntou numa mesma carroça elementos tão perigosamente incompatíveis. Que nem fogo e gasolina. Misturar esses dois é sempre perigoso e fatalmente vai gerar uma reação explosiva.
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Comentários
Armando A Madeira
08/04/2024 09:38
Pega fogo, Cabaré!!