Ricardo Marques

A falta de investimento em saúde, os vínculos de emprego precários e a carência de perspectivas profissionais estão entre as causas que afastam os médicos do estado

Com um médico para cada mil habitantes, o Maranhão apresenta a menor taxa de médicos por população entre os estados brasileiros. Mas não é um cenário exclusivo. Estados das regiões Norte e Nordeste apresentam médias similares, evidenciando uma ampla desigualdade na distribuição de médicos pelo país.

O Brasil tem 575.980 médicos ativos – o que dá uma média de dois, vírgula, oitenta e um por mil habitantes – a maior já registrada no país; melhor do que nos Estados Unidos, Japão, Coréia do Sul e México. Contudo, apenas 30.549 desses médicos estão no Norte, e 121.786 no Nordeste. No interior do Maranhão, a média é de 0.6 médico por mil habitantes. Diferentemente do interior de Santa Catarina que tem média de 2,6 médicos. Sozinha, a região Sudeste possui mais da metade da concentração de médicos do país, com 321.905 profissionais. Os números são de um levantamento feito pelo CFM – o Conselho Federal de Medicina –, divulgado esta semana.

Essa disparidade é atribuída, principalmente, à preferência dos médicos por morar e trabalhar no Sul e Sudeste ou nas capitais, onde encontram melhores condições de trabalho e qualidade de vida. O CFM aponta a falta de investimento em saúde, os vínculos de emprego precários e a carência de perspectivas profissionais como fatores determinantes para essa distribuição desigual, que afeta sobretudo o Norte, Nordeste e as áreas mais pobres do interior.