Ricardo Marques

POR AZIZ JÚNIOR 

Ao tempo da candidatura ao governo do então pré-candidato Carlos Brandão, em fevereiro de 2022, publiquei um artigo onde dizia que a sua candidatura, chancelada pelo ex-governador Flavio Dino, arrolava em seu entorno todo o sarneysmo que as oposições maranhenses combateram por mais de 50 anos.

Denunciei no artigo que este era o mais triste legado que o "comunista" Flavio Dino deixaria para o Maranhão. Não sou nenhum profeta, não trabalho com búzios, tão pouco consulto o oráculo de Delfos, mas era tão evidente a trama política engendrada que outra coisa não poderia acontecer. Vejam: Sarney agora conclama a pacificação (sic) do Maranhão pelo governador Carlos Brandão, e ganha a real possibilidade de lançar a candidatura de Roseana, sua filha, uma vez mais ao governo do Maranhão em 2026 com o apoio do presidente Lula, que não resiste a um pedido de Sarney, eis que, quando este presidia o Senado Federal, o livrou da possível cassação do Mensalão, além de ter feito o atual presidente atuar sorrateiramente na cessação do ex-governador Jackson Lago.

Assim, a dúvida que tínhamos relativamente sobre se o governador Brandão candidatar-se-á em 2026 a uma das cadeiras do senado, ou se permanecerá no governo para evitar a ressurreição do grupo Flavio Dino, vai se dissipando. A chancela do atual governador à possível candidatura ao governo da Roseana Sarney, por um lado lhe evitaria o massacre que o aguarda se o grupo Flavio Dino assumir o poder com Felipe Camarão à frente do Governo; e, por outro, Brandão gozaria das benesses do decidido apoio dos Sarneys junto ao MP, à Justiça Estadual e aos Tribunais Superiores contra quaisquer ações judiciais impetradas pelos desmandos do seu triste governo, atualmente acobertadas pelo MPE, pela ALEMA e, por via de consequência, pelo TCE.

Neste caso, o presidente Lula, como é do seu feitio, simplesmente esquecerá seus aliados de sempre, Flavio Dino, Weverton e outros, para, mais uma vez, perfilar-se ao lado de José Sarney e de sua filha Roseana.

Como disse no artigo anterior, a história começa a cobrar o seu alto preço a Flávio Dino, pelo equivocado apoio que deu à candidatura direitista do Carlos Brandao, quando era Governador.

*Cantor e compositor