POR AZIZ JÚNIOR
A lenda grega do Rei Midas conta a tragédia da ganância de um rei que recebeu o poder de transformar tudo o que tocasse em ouro, mas que logo percebeu que esse dom era, na verdade, uma maldição, pois até os alimentos que ele precisava comer viravam ouro. Assim, o rei precisou renunciar a esse poder para poder sobreviver.
Em Barreirinhas, está sendo escrita uma nova versão desse conto. Agora, uma Deputada que tudo que toca não vira ouro, mas sim carvão. A maldição do fracasso político daqueles que se deixam tocar e que já anunciam o rumo dessa história.
Na cena atual da sequência de tropeços, a família Vale anunciou o tão especulado pré-candidato a vice na chapa do seu caçula, o Daniel Júnior, um vereador que em seu primeiro mandato já acumula um currículo de ineficiência parlamentar, traição política e escândalos pessoais.
Que o escolhido não estaria entre os nomes de Korina Corrêa, Wallace do Cacate, Gilvan Cabral, Socorro Itapary e Thiago Rodrigues, todo mundo já sabia, pois não era segredo nem mesmo no grupo deles. Mas daí serem passados para trás por um rapaz que criticou duramente a investida da família Vale na cidade, e que ao aderir ao grupo mostrou de imediato toda sua fragilidade política, é cômico demais.
Esses que ficaram como apoiadores só não estão em piores condições políticas do que as duas últimas peças tocadas pela Deputada Iracema Vale. O ex-pré-candidato a prefeito Joab Marreiros, que saiu de uma preferência eleitoral na casa dos 6% para virar cabo eleitoral de dois meninões, que juntos não possuem metade de sua experiência. E o vice-prefeito Antônio Diretor, que abriu mão da maior conquista política do PL e da Igreja Assembleia de Deus na cidade, traindo seu maior aliado, ferindo a imagem de lideranças religiosas, apenas para servir os caprichos de um grupo que vem praticando a maior violência econômica já vista em eleições no Estado do Maranhão.
Todos virando carvão para enaltecer um filho de uma Deputada. Um rapaz que nem mesmo os pais irão votar, que não tem nem mesmo um ano de título eleitoral na cidade, que não conhece absolutamente da história ou do território barreirinhense, e que todos sabem que é apenas uma personagem a serviço de interesses perigosos para Barreirinhas.
Isso reflete bem o que tanto já foi avisado: essa família age destruindo as trajetórias políticas das pessoas para poderem aparecer como melhores e mais poderosos. Só se tornam bons deixando outros ruins. Só se tornam melhores deixando outros piores. E só são fortes diante dos fracos.
A pergunta agora é: até onde vai essa submissão? De lideranças a cabos eleitorais, vai ser assim mesmo? É submissão ou a dívida é que está alta? Essa ideia de poder está demoronando a cada dia em razão dessa ganância, virando carvão igual as chapadas de Urbano Santos.
Ainda bem que Barreirinhas tem fortes leis ambientais!
*Cantor e compositor
Fonte: Opinião
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