POR AZIZ JÚNIOR
Não posso me furtar em dizer o que penso, especialmente quando temos uma eleição à vista e de como é necessário despertar uma consciência coletiva que, quase sempre, somente vem com o choque de ideias contrapostas.
O momento é de muita tristeza e, sinceramente, não pensei que chegássemos a esse ponto. Minha geração vem produzindo a pior linhagem de políticos, mas é preciso analisar a coisa de forma ampla para nao culpar somente a classe política pela patente crise ética que estamos vivendo e, por conseguinte a própria banalização da política.
É oportuno que de plano se registre que tal situação de longe pode ser atribuída somente aos nossos líderes, se é que podemos chamá-los assim, sendo óbvio que por muito tempo escondemos por debaixo do tapete a inversão ética dos valores e a própria concepção da palavra política, banalizando tudo isso ao ponto de há muito tempo terem se esquecido do principal papel de um político, qual seja, servir ao bem comum.
O momento é muito difícil, mas tenho que me render às palavras da jornalista Rachel Sheherazade quando ela afirma que "por escolha ou omissão, o povo tem o governo que merece" , sim merecemos os políticos que temos. Não só porque fomos nós que os colocamos em seus cargos, mas, também, pela certeza de que esses políticos tão somente retratam a essência de nossa sociedade. Ou melhor, a nossa própria essência, corrupta por natureza, em que buscando sempre os nossos interesses egoístas, esquecemos do bem comum que devia trilhar nossas condutas.
A crise é séria, profundamente aguda e está estampada nas figuras que protagonizam as candidaturas ao executivo na maioria dos nossos municípios. Em São Luís não é diferente e nossa Capital vive a agonia de não ter uma alternativa para se contrapor à essa geração de garotos midiáticos, fiéis representantes dos nossos tempos cibernéticos e de uma sociedade pautada em valores corrompidos.
De todas as mazelas que nos assolam no atual momento, a pior de todas é falta de esperança, que está umbilicalmente ligada a pobreza de espírito público e a falta de coragem do campo dito progressista que insiste na falsa ilusão de que é possível construir uma saída compondo com o atraso ou com a pequenez. A covardia política, as traições que caracterizaram os principais acontecimentos da última década e a falta de um estadista capaz de nortear e iluminar os caminhos nos legou um presente hostil e extremamente pernicioso para as gerações atuais e futuras. A conta chegou e todos estamos pagando o alto preço.
*Cantor e compositor
Fonte: Opinião
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