POR RICARDO MARQUES
O Dia de Finados se desenha no calendário como um lembrete de que, apesar do tempo que passa, a ausência permanece. Mandalena sente o peso do mundo sobre os ombros, o coração apertado pela saudade de quem se foi. Enquanto caminha entre as flores e as velas acesas, a mente flutua entre as lembranças e o vazio. A dor de perder um amor é profunda, mas também é um convite à reflexão.
Ela ouve, como se numa sinfonia do além, a voz suave do amante que partiu. “Não chores por mim, Mandalena”, ele sussurra. “Eu também perdi amores. Já vi partir pessoas queridas e, apesar de tudo, segui em frente, forte e resiliente.” Suas palavras dançam na brisa, e a ideia de que a vida continua, mesmo além da morte, oferece um fio de esperança.
Mandalena se angustia, lembrando-se dos momentos que agora parecem ecoar em um abismo. “Quando choras, me angustias”, ele diz, e ela percebe que suas lágrimas não podem alcançar o outro lado, onde ele agora reside. O amor que sentem é mais forte que a separação, e ele se transforma em um anjo, um guardião silencioso a acompanhá-la em cada passo de sua jornada.
Ela fecha os olhos e, por um instante, pode sentir sua presença. Um consolo inexplicável lhe envolve, como um abraço apertado. “Acredite”, ele continua, “sua jornada só está começando. Tomara que possamos compartilhar outras vidas juntos.” As promessas feitas entre eles dançam no ar, uma certeza de que o amor verdadeiro transcende até mesmo a eternidade.
Mandalena sorri, mesmo em meio à dor. Compreende que a vida e a morte são faces da mesma moeda, que não há fim real, apenas transformações. “Perdoe-me se estou chorando”, diz ele, como se sentisse sua dor, como se estivesse ali, ao seu lado, mesmo que invisível.
A luz do sol se infiltra entre as nuvens, e Mandalena percebe que a vida ainda pulsa ao seu redor. É um dia de recordar, mas também de celebrar. O amor persiste, entrelaçado nas memórias, nas risadas, nas pequenas coisas do cotidiano. Não é preciso chorar por ele, porque ele nunca realmente se foi. A vida continua, e com ela, a esperança de reencontros futuros, na dança eterna do amor.
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