POR RICARDO MARQUES
A queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que ligava os estados do Maranhão e Tocantins, ainda espalha uma onda de indignação – ou pelo menos deveria espalhar. Foi uma tragédia anunciada. Reflexo do descaso e da negligência que há anos assolam a infraestrutura brasileira. Construída na década de 1960, a ponte já apresentava sinais claros de deterioração, com rachaduras e buracos que se abriam constantemente. Apesar das repetidas operações tapa-buraco e contratos milionários de manutenção, a estrutura nunca recebeu a atenção necessária para garantir a segurança dos cidadãos.
A tragédia, que resultou em várias mortes, expôs a ineficácia das medidas paliativas adotadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e a falta de fiscalização rigorosa. É revoltante ver como, após anos de negligência, políticos se apressaram em prometer soluções rápidas e investimentos vultuosos, como a reconstrução da ponte em um ano com um orçamento de até R$ 150 milhões. Essas promessas, feitas em meio ao luto e ao sofrimento das famílias afetadas, soam como um oportunismo descarado, uma tentativa de capitalizar politicamente sobre a tragédia.
A população merece mais do que promessas vazias e medidas emergenciais. É necessário um compromisso real com a manutenção e modernização da infraestrutura, para que desastres como este não se repitam. A queda da ponte entre Maranhão e Tocantins deve servir como um alerta para a urgente necessidade de uma gestão pública mais responsável e transparente.
Fonte: O comentário do dia de Ricardo Marques
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