POR RICARDO MARQUES
O governo do Maranhão anunciou com estardalhaço um reajuste de 20% para a Polícia Militar, tentando capitalizar politicamente em cima de uma demanda histórica da categoria. Mas basta olhar os números com lupa para perceber: o percentual real é menor do que o propagandeado. E a oposição não deixou passar batido.
Dos 20% anunciados, 6% já haviam sido garantidos anteriormente, por lei. Ou seja: o “grande gesto” do governo, na prática, se resume a um reajuste adicional de 14%. O governo, no entanto, prefere somar tudo e vender a narrativa de um aumento robusto, como se estivesse partindo do zero. Uma esperteza contábil que tenta transformar obrigação em generosidade.
A oposição foi rápida ao denunciar a manobra e cobrar coerência: se o reajuste é de 20%, que sejam 20% além dos 6% já assegurados. Qualquer coisa diferente disso é tentativa de dourar a pílula, esconder a matemática real e enganar tanto os policiais quanto a população.
Esse tipo de jogada, que mistura marketing político com distorção de dados, revela mais sobre a fragilidade do governo do que sobre sua disposição em valorizar a segurança pública. Se há intenção real de reconhecer o trabalho da PM, que isso se traduza em ações concretas — e transparentes. Fingir que se está dando mais do que realmente se dá é, no fim das contas, desrespeitoso com quem arrisca a vida nas ruas e com quem paga a conta.
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