POR RICARDO MARQUES
Mesmo faltando mais de um ano para o início oficial da corrida eleitoral, a cúpula palaciana já se movimenta nos bastidores para montar a chapa majoritária que disputará o Governo do Maranhão em 2026. O governador Carlos Brandão, dono da caneta e do calendário, tem até 4 de abril do ano que vem para decidir se renuncia ao cargo em busca de uma vaga no Senado — ou se opta por “zéreinaldear”: cumprir o mandato até o fim e empurrar um sucessor ao Palácio dos Leões.
Os sinais, por ora, apontam para a segunda opção. Brandão tem reforçado sua presença política no interior, consolidado apoios e mantido silêncio estratégico sobre o futuro. Mas os bastidores fervem. De acordo com informação divulgada pelo jornalista Marco D’Eça, até uma pesquisa informal circula em grupos fechados de WhatsApp, testando nomes para compor a vice do já badalado sobrinho do governador e secretário de Estado Extraordinário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão.
Entre os nomes cogitados para a vice estão a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), a deputada Mical Damasceno (PSD), ligada à Assembleia de Deus, e a prefeita Maura Jorge (PP), de Lago da Pedra. Três perfis distintos, num balé antecipado que mistura cálculo eleitoral, acomodação de forças e muita sede por controle político.
Mas a pergunta que se impõe é direta e incômoda: não seria cedo demais? Estariam os “bandonistas” botando a carroça na frente dos bois, consumidos mais pelo jogo de poder do que por qualquer preocupação real com os destinos do Maranhão?
A movimentação precoce revela o que de fato está em jogo: não é o futuro do Estado — é a manutenção do sistema, dos acordos, das alianças de conveniência e do projeto pessoal de poder de um grupo que não quer largar o osso.
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