Assim como Jair Bolsonaro usa o tarifaço imposto por Donald Trump para justificar sua anistia, o vice-governador do Maranhão, Felipe Camarão, tem recorrido à reeleição de Lula para pressionar o governador Carlos Brandão a renunciar ao cargo em abril de 2026.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Camarão alertou que o racha no grupo lulista no Maranhão pode enfraquecer Lula no estado e comprometer sua votação. A fala é vista como uma tentativa de reativar um suposto acordo firmado em 2022, segundo o qual Brandão deixaria o governo para disputar o Senado, abrindo caminho para Camarão concorrer ao Palácio dos Leões.
Ocorre que Brandão parece que vai mesmo “zé reinaldiar” – repetir o feito do então governador do Maranhão, Zé Reinaldo Tavares, que em 2006 rompeu com os Sarney e ficou até o final do mandato para eleger Jackson Lago.
Com o distanciamento entre Brandão e os remanescentes do dinismo — grupo mais próximo do então governador Flávio Dino, hoje ministro do STF —, o atual chefe do Executivo estadual passou a articular a candidatura do sobrinho, Orleans Brandão.
Sem o apoio da máquina estadual, Camarão sabe que sua candidatura é natimorta. Na tentativa de se viabilizar politicamente, busca aproximação com o novo presidente nacional do PT, Edinho Silva.
A investida, no entanto, pode gerar constrangimento ao próprio Lula, que tem em Brandão um aliado estratégico para sua reeleição.
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