Ricardo Marques

Quantas xícaras de café você já tomou hoje?

Por: Jherry Dell'Marh - Cores Comunicação | Publicado: 05/08/2025 08:17 - 0 comentário


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O excesso pode estar cobrando um preço alto, afirmam especialistas

Você já parou para contar quantas xícaras de café ou latas de energético consome por dia? O hábito pode parecer inofensivo e até necessário para manter o foco e a produtividade. Mas e se essa rotina estiver colocando sua saúde em risco?

Foi o que descobriu o jornalista, José Paulo Nunes, 55 anos, após décadas de consumo excessivo de cafeína. “Era impossível sair para uma pauta sem tomar pelo menos dois ou três copinhos cheios. Às vezes, no meio da correria, tomava ainda mais, sem perceber”, relata. Por mais de 30 anos, o café foi seu combustível diário, até que os sinais de alerta começaram a surgir: insônia persistente, batimentos acelerados e ansiedade intensa.

“Minha cabeça não desligava. Eu ficava exausto mesmo sem fazer esforço físico. Só depois de exames veio o diagnóstico: problemas cardiovasculares e neurológicos causados pelo excesso de cafeína”, conta José Paulo. Em tratamento desde então, ele tenta substituir o hábito por opções menos estimulantes. “Ainda é difícil, mas estou dormindo melhor e minha pressão estabilizou. É um alívio”, afirma. Para ele, a mudança tem valido a pena: “O café sempre me ajudou, mas aprendi que o equilíbrio é o que realmente sustenta a saúde. Vale a pena escutar o corpo antes que ele grite”, recomenda.

A história de José Paulo está longe de ser um caso isolado. A nutricionista Darah Marques, professora do curso de Nutrição do Centro Universitário Estácio São Luís, explica que o consumo exagerado de cafeína pode provocar uma série de efeitos negativos. “Insônia, hipertensão arterial, ansiedade, arritmias, dor gástrica, dependência e até desidratação são sintomas que podem surgir, principalmente quando a ingestão é constante e em grandes quantidades”, aponta.

Segundo ela, no curto prazo, os efeitos mais comuns incluem “insônia, irritabilidade, aumento da frequência cardíaca, tremores, dores de cabeça e distúrbios gastrointestinais”. E há quem sofra mais com esses sintomas mesmo em pequenas doses. “Em pessoas mais sensíveis, até quantidades reduzidas de cafeína já podem desencadear reações negativas”, explica a nutricionista.

Dados

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a FDA (agência reguladora dos EUA), o consumo seguro de cafeína para adultos saudáveis é de até 400 mg por dia — o equivalente a cerca de quatro a cinco xícaras de café coado. No caso de adolescentes, o limite seguro é de 2,5 mg por quilo de peso corporal. “Uma única xícara de café tem, em média, 80 mg de cafeína”, explica Darah.

No Brasil, o aumento no consumo de refrigerantes e energéticos entre jovens tem sido outro motivo de preocupação. Um estudo da Scanntech, publicado pelo Jornal da USP, mostrou que as vendas de energéticos cresceram 15% entre janeiro e agosto de 2024 em comparação ao mesmo período do ano anterior.

A nutricionista ressalta que a cafeína está presente não só no café, mas também em chás, chocolates, refrigerantes e, principalmente, em bebidas energéticas. “Muita gente ultrapassa os limites seguros de consumo sem perceber, somando pequenas doses ao longo do dia”, diz a especialista.

Mas isso não significa que a cafeína seja, por si só, uma vilã. “Com moderação, ela pode melhorar o estado de alerta, acelerar o metabolismo e até ajudar no desempenho físico. O problema está no excesso e na frequência com que é consumida”, esclarece Darah Marques.

Para reduzir o consumo sem abrir mão da disposição, a nutricionista recomenda uma abordagem mais ampla e equilibrada: “Manter uma boa alimentação, dormir bem e se hidratar são estratégias eficazes para garantir energia de forma natural e saudável”.

“A toxicidade da cafeína depende da dose e da sensibilidade individual, mas o ideal é sempre manter o consumo moderado, principalmente no caso de crianças e adolescentes”, finaliza Darah Marques. A recomendação é clara: prestar atenção nos sinais do corpo pode evitar consequências sérias no futuro.



Fonte: Jherry Dell'Marh - Cores Comunicação

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