POR RICARDO MARQUES
O Supremo… essa entidade celestial onde a coerência é opcional e a autocrítica, artigo de luxo! Lá, os ministros não julgam só causas — julgam o próprio destino, o próprio passado, e, quem sabe, o futuro do país.
Flávio Dino, por exemplo. Ex-deputado, ex-governador, ex-comunista… — mas, claro, agora juiz “acima de qualquer suspeita”. Pois o mesmo homem que deve imparcialidade ao país se vê, vejam só, julgando uma ação em que seu antigo partido, o PCdoB, entra de penetra… ou melhor, de amicus curiae! Um “amigo da Corte” — e que amigo íntimo, convenhamos!
O pedido tinha sido desautorizado pela própria federação partidária, mas Dino, magnânimo, achou melhor acolher. Afinal, quem melhor pra decidir sobre o comunismo do que o próprio ex-comunista, não é mesmo?
E aí a gente se pergunta: Existe limite pra atuação de magistrados? Ou o limite é só pra nós, os mortais de CPF e conta atrasada? No Olimpo de Brasília, parece que não há impedimento que resista à toga — essa capa mágica que transforma qualquer suspeita em “interpretação constitucional”.
No fim, a Suprema Corte já não é só guardiã da Constituição — é guardiã de si mesma. E o povo, esse sim, segue sendo apenas amicus distante, sem direito a voz, nem vez, nem voto dentro do templo sagrado da impunidade elegante.
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Fonte: O comentário do dia de Ricardo Marques
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