POR RICARDO MARQUES
O Maranhão parece ter virado palco de uma ópera bufa institucional. De um lado, os brandonistas — fiéis ao governador Carlos Brandão, com suas batutas e cargos. Do outro, os dinistas — que seguem o ministro Flávio Dino como se fosse uma divindade. E, no meio, o pobre Tribunal de Contas… funcionando pela metade, capenga, como um carro com duas rodas a menos.
Duas vagas estão abertas — uma desde fevereiro de 2024 e outra fevereiro de 2025 — porque o ministro Dino decidiu que o rito de escolha dos conselheiros pela Assembleia precisava de revisão — e, com uma canetada, travou tudo. O problema é que o concerto virou sinfonia inacabada: as liminares continuam, as indicações dormem nos gabinetes, e o TCE trabalha mancando — sem o número completo de conselheiros.
Enquanto isso, o Maranhão paga o preço da briga de vaidades — uma guerra nada santa, disfarçada de zelo institucional. Até a AGU e a PGR já disseram ao STF que os vícios nas regras da Assembleia foram corrigidos e pediram a extinção das ações. Dino, porém, segue implacável — parece desconfiar até das próprias instâncias que o assessoram.
E pra completar o enredo, o deputado Rubens Júnior — aliado de Dino — confirmou, na tribuna da Câmara dos Deputados, os áudios que falam em barganha política entre o governador e as nomeações. Ou seja: o discurso da pureza tropeça na prática do balcão.
No fim, quem perde é o cidadão maranhense, que assiste, de camarote, à eterna disputa entre santos e pecadores — todos com o mesmo objetivo: controlar o altar do poder.
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Fonte: O comentário do dia de Ricardo Marques
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