O senador Edison Lobão (MDB), que pode estar a caminho da aposentadoria
E quem saiu da toca na última sexta-feira (13) foi o senador Edison Lobão (MDB). Foi ao programa Ponto e Vírgula da Rádio Difusora FM - retransmitido em Caxias pela Sinal Verde FM. Lobão é matreiro, não costuma sair da toca. E quando sai, não é à toa. A maré lhe está desfavorável.
A eleição de outubro vindouro será a mais difícil da vida de Edison Lobão. Pela primeira vez, ele não terá a máquina do Estado para consubstanciar-lhe a campanha. Pela primeira vez não terá um presidente da República bem avaliado - mesmo que de um outro partido - para poder exibi-lo feito um troféu e, assim, demonstrar prestígio durante a campanha. E, também pela primeira vez, terá de confrontar dois candidatos, jovens e qualificados, apoiados por um governador bem avaliado que vai para a reeleição com amplas possibilidades de decidir a parada logo em primeiro turno. Historicamente, aqui no Maranhão, governador eleito sempre fez os senadores de sua chapa - Lobão sabe disso mais do que ninguém porque já tirou proveito de semelhante situação.
Apesar de tarimbado, Lobão não se saiu bem na entrevista, mesmo tendo sido recebido no programa com todas as honrarias - com direito a água de coco, inclusive. A todo instante tentou colar na imagem de Lula, dizendo até que “vai visitá-lo na prisão (sic)”. Seria ótimo, se os ouvintes não soubessem que a alta cúpula nacional do MDB - da qual ele e os Sarney são próceres, juntamente com outros conhecidos caciques do atraso - foi que implodiu o projeto do petista com um famigerado golpe “institucionalizado” por meio do desarrazoado impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) - isso após tirar proveito dos sucessivos governos petistas – os emedebistas sugaram até a última gota, como dizem.
Benesses familiares
O senador disse que jamais a família dele tirou qualquer proveito de seus inúmeros mandatos. Esqueceu que a empreiteira Hytec, que emperra a conclusão da pavimentação asfáltica da BR-226, no trecho entre Caxias e Timon, é de um filho seu, Luciano Lobão. Ou que o playboy Edinho Lobão, o “Lobinho”, outro filho, é seu suplente ad aeternum. Ou, ainda, que um terceiro filho, Márcio Lobão, ocupou a presidência da Brasilcap, empresa de capitalização do Banco do Brasil, durante 10 anos e só saiu no último mês de março, após ser abatido pela Lava-Jato.
Sobre Flávio Dino
Questionado sobre se enxergava alguma virtude no governador Flávio Dino, o velho lobo, num gesto de pequenez, e como se tirando a máscara de ovelha, silenciou, contrariando, assim, a imagem de “estadista”, que conseguiu construir ao longo de todas essas décadas no exercício de sucessivos mandatos públicos eletivos.
A covardia com HC
De Caxias, Lobão lembrou de quando ministro “ajudou” o prefeito Humberto Coutinho com recursos federais. Admitiu que o “Grandão” lhe retribuíra o favor com uma estupenda votação para a mulher, a deputada federal Nice Lobão. Mas esqueceu a sacanagem que fez com o mesmo HC, quando, num ato de covardia rasteira, rompeu, injusta e unilateralmente, o contrato de cessão do sinal da TV Difusora para atender aos caprichos de seu tresloucado aliado Maracutaia - um famigerado fora da lei que sempre contou com as costas largas do senador e demais próceres da oligarquia.
O redemoinho
O fato é que agora os tempos são outros e Lobão sabe que caminha para ser tragado pelo redemoinho da vontade popular, que hoje, finalmente, parece ter aberto os olhos e anseia por oxigenar a representação maranhense no Senado, há tempos entregue ao atraso. Talvez estejamos assistindo mais um momento histórico no Maranhão, que pode representar um tiro de misericórdia na já agonizante oligarquia.
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