O senador Cid Gomes (PDT) errou ao avançar com uma retroescavadeira sobre um grupo de encapuzados amotinados num quartel da Polícia Militar do Ceará, na cidade de Sobral. Foi uma ação no mínimo intempestiva, além de imprudente. O ex-ministro da Educação e ex-governador quis resolver sozinho – e no braço! – um problema histórico que está além das suas limitações.
Motins e insurreições são corriqueiros na polícia cearense, sobretudo em anos eleitorais. Há um segmento de policiais que age feito milicianos, com o evidente objetivo de levar pânico à população e auferir lucros políticos – no Ceará tem políticos no exercício do mandato que não têm o menor pudor de liderarem ações que fazem uso de homens encapuzados, com nítido interesse eleitoreiro.
Policial ganha mal, trabalha sob forte pressão e em condições precárias no Ceará e em qualquer estado brasileiro – a realidade é a mesma de uma ponta à outra do território nacional. As insatisfações e reclames são legítimos, sob os aspectos trabalhista e humanitário. Entretanto, o que se vê no litígio cearense agride a Constituição Federal e extrapola o bom senso com atos de extrema violência. O que é um erro, pois o movimento perde apoio da população, que estaria ao lado de suas reivindicações, caso não houvessem excessos, como aquele da tarde desta quarta-feira (19) que acabou com um senador da República baleado.
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Comentários
Jose Domingos Da Costa
20/02/2020 10:28
Verdade amigo