Ricardo Marques

Um adeus ao Einhart

Publicado 14/04/2021 10:29:28 0 comentário


Eu e Einhart

A década de 80 me despertou a curiosidade pelo marketing político (embora eu jamais tenha enveredado profissionalmente pela área). Tasso Jereissati surgia candidato ao Governo do Ceará com uma campanha diferente de tudo o que havia até então. Tasso propunha o “Governo das Mudanças”, uma revolução no modo de pensar e agir político-eleitoral e administrativamente um estado historicamente marcado pela miséria decorrente de longas estiagens e gestões caducas. O Ceará hoje é uma potência socioeconômica nacional, e tudo começou ali, com aqueles jovens destemidos e sonhadores, sob a liderança de TJ.

À frente daquela campanha de Tasso estava o publicitário Einhart Jácome da Paz, que após aquele trabalho ganhou notoriedade nacional, tendo depois coordenado campanhas vitoriosas para a Presidência da República (FHC), e de governadores em vários estados, como Rio de Janeiro, Ceará, Amazonas, Alagoas, Brasília...

Einhart é considerado o cara que mudou a estética e a estratégia dos programas políticos na TV brasileira, organizando alguns dos mais competentes programas partidários, com qualidade reconhecida inclusive pela Rede Globo. Ao lado de Duda Mendonça e João Santana, Einhart Jácome da Paz é apontado pelo jornal Folha de São Paulo como uma das principais referências do marketing político do Brasil. E coordenou campanhas vitoriosas também na Europa, ajudando a eleger Durão Barroso (primeiro-ministro de Portugal) e Esperanza Aguirre (presidente da Comunidade de Madrid).

Até que passado um tempo conheci Einhart pessoalmente. E conhecê-lo foi sem dúvida uma das grandes bênçãos que Deus me deu. Além de um profissional altamente gabaritado, Einhart era uma figura humana admirável. Tínhamos muito em comum, além da paixão pelo Corinthians. O fã virou amigo do ídolo.

Eis que na manhã desta quarta-feira (14) sou surpreendido com uma ligação do jornalista Raphael Barros, o “Rapha”, um amigo que me fora apresentado pelo Einhart. Meio sem saber por onde começar, Rapha me deu a triste notícia: “Cara, o Einhart morreu!”.

Em tempo: Perdoem a superficialidade do texto. Estou arrasado e não consigo expressar minha dor com exatidão. Devo muito ao Einhart. Ele me inspirou a ser muito daquilo que sou hoje. Descanse em paz, meu amigo.

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