Ricardo Marques

Artigo: Urbanização e desenvolvimento socioeconômico

Publicado 24/09/2021 10:17:47 0 comentário


POR MARCOS SILVA 

Quando se fala em urbanização logo se vem a ideia de desenvolvimento. Ou seja, a urbanização pode colaborar para o desenvolvimento, mas a depender do modelo de urbanização pode-se ter entraves para o desenvolvimento. Por exemplo, uma urbanização produto somente baseada na necessidade de residi mais próximo das indústrias ou comercio como forma de garantir a sobrevivência econômica pode resultar em um problema social como já anunciava em seu samba o mestre Bezerra da Silva. De tal forma que a favela passou a ser vista como um caso de polícia e um ambiente de violência e não como um problema social reclamado pelo sambista.

Outro aspecto é que muitos pensam que desenvolvimento é somente crescimento econômico e uso de novas tecnologias, No entanto, não podemos pensar em uma sociedade desenvolvida com uma superexploração do trabalho, com todos os tipos opressão as mulheres, homossexuais, negros e as crianças e adolescentes. De tal maneira que o desenvolvimento do meio urbano precisa ser seguindo do avanço das políticas públicas e sociais e a garantia da democracia, dos direitos humanos e da defesa do meio ambiente.

Urbanização é conceituado como um processo de transferência da população rural (campo) para o meio urbano (cidade) que geralmente acontece quando um espaço restrito tem sua população vinculadas não mais a economia primaria: agricultura, pesca e pecuária e sim as atividades econômicas ligadas a economia secundária (Industria) e terciária (comércio e serviços). Contudo costuma-se para o IBGE (instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) urbanização é o fenômeno que acontece quando a população da área urbana já cidade sofre um aumento e redução consequente da população rural.

De tal forma que tecnicamente a urbanização acontece quando existe o aumento do contingente de população nas cidades e redução das populações camponesa. A urbanização atual aconteceu após o desenvolvimento industrial e evidentemente da expansão capitalista, ou simultaneamente. No Brasil a industrialização iniciou-se na década de 1930 com o governo de Getúlio Vagas. Porém a consolidação se deu nos anos décadas de 50 e 60 onde o país passou por um processo de modernização na economia e a cidade passou a ser objeto central na vida econômica do Brasil, além de passar a ter uma função social.

Nos países desenvolvidos depois do avanço da luta social a urbanização foi seguida de melhorias nas condições de vida do povo e expansão dos serviços e da distribuição da renda nacional. Na América Latina o processo se deu por meio de um inchaço que passaram a ser abandonadas a própria sorte e levou a criação de favelas com o aumento do desemprego, expansão da pobreza extrema e danos ao meio ambiente. O desenvolvimento das metrópoles veio seguida de favelização, déficit habitacional, ausência de serviços de saneamento básico, educação, saúde, além da superlotação dos transportes públicos e agressões ambientais com ocupações de áreas de manguezais e de recarga de mananciais.

É possível reverter esse quadro? Penso que sim, porém é necessário um esforço conjunto da sociedade que terá que saber mediar os conflitos econômicos e sociais existentes nas diversas concepções de cidade existente. Assim como pensar o papel de cada área no desenvolvimento dos municípios.

Não podemos pensar o território somente dominado por prédios, indústrias e grandes shoppings, isso é bonito e confortável. No entanto, não sobreviveremos sem a preservação ambiental e a preservação da economia primaria e com a tarefa de equacionar a distribuição da renda e dos serviços públicos para todos, principalmente os serviços de abastecimento de água e saneamento que devem ser exercidos sobre o controle social e financiado de forma pública para evitarmos a privatização de serviços que são importantes para a saúde da população e a defesa da vida.

* Bacharel em Serviço Social.  Licenciado em História.  Graduando em Ciências Sociais. Pós-Graduação em Políticas e Gestão de Serviço Social. Pós-Graduação em História e Cultura Afro-brasileira.  Pós-Graduação em Gestão e Educação Ambiental. Pós-graduado em MBA em Gestão Pública. Pós-Graduando Em Gestão de cidades e Planejamento Urbano. Pós-Graduando em Auditoria, Perícia e Licenciamento Ambiental. Possui Cursos de Capacitação em Planos de Saneamento Básico- Ministério das Cidades. Curso de Obras Públicas de Edificação e Saneamento- Ministério das Cidades. Curso de curta duração: em Geografia Urbana-UEMA. Curso de curta duração: Dinamizadores da Educação Ambiental-UEMA. Mestre em Desenvolvimento Sócioespacial e Regional no Programa de Desenvolvimento Socioespacial e Regional/PPDSR no Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Estadual do Maranhão-UEMA.  Exerceu a Coordenadoria Socioambiental na Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão-CAEMA e Integrante do Comitê do Planejamento estratégico-CGE- CAEMA. É Membro do Conselho de Administração da CAEMA representando os empregados e representante da CAEMA pelo na Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental do Maranhão-CIEA/MA. Atualmente é Assessor de Relações Institucionais da PRI/CAEMA.

Deixe seu comentário aqui

Verificação de segurança

Comentários


Nenhum comentário foi encontrado, seja o primeiro a comentar!