Ricardo Marques

2023: o ano mais quente na História do planeta Terra

Publicado 16/11/2023 05:42:03 1 comentário


Em 10 meses, a temperatura média global está 1,43°C acima do período pré-1900, evidenciando os efeitos das emissões humanas de gases estufa. 

Um levantamento feito pelo INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) indica que de julho a outubro deste ano as temperaturas no Brasil ultrapassaram em mais de um 1ºC a média histórica. Pelo quarto mês consecutivo o país enfrentou recordes de calor. Em outubro, a temperatura média atingiu 26,4ºC – um aumento de 1,2ºC em relação aos anos anteriores, impactando a curto e longo prazo. O Inmet atribui essas ondas de calor ao fenômeno El Niño, e alerta para a correlação entre um planeta mais quente e eventos extremos frequentes.

O problema afeta o planeta inteiro. O observatório europeu Copernicus – uma rede de satélites e sistemas terrestres que coletam dados para monitorar o ambiente – relata uma média de 15,38ºC em outubro – 0,4ºC acima de 2019 e considera 2023 o ano mais quente. Em dez meses, a temperatura média global está um 1,43ºC acima do período pré-1900, evidenciando os efeitos das emissões humanas de gases estufa.

Incêndios, tempestades e secas intensificadas são consequências das mudanças climáticas. Esses eventos geram fome e aumentam as desigualdades globais, impactando de forma significativa a vida no planeta, ao tempo em que enfatizam a necessidade de ações climáticas preventivas.

Na COP28 – a Conferência para o Clima da ONU que vai acontecer de 30 de novembro a 12 de dezembro, em Dubai –, líderes mundiais têm a oportunidade crucial de debater e implementar ações mais ambiciosas para conter o aumento de temperatura. Não é uma saída fácil, mas é a única possível. A transição energética, abandono de combustíveis fósseis e distribuição justa das demandas climáticas são debates urgentes. E o Brasil tem todas as credenciais para ser protagonista nesse processo, antes que a situação se torne irreversível.


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Comentários


Armando A Madeira

16/11/2023 10:34

Por falar em aquecimento global, bom reler o primeiro capítulo de O Mulato, no qual Aluísio de Azevedo narra com mestria, o calor em uma São Luís de 1881. Se tem diferença de agora, não eh perceptível