Ricardo Marques

Os impactos dessa falta de saneamento são visíveis: os nove rios que atravessam a cidade estão gravemente poluídos

A situação é chocante: quase 80% da população de São Luís não tem acesso a um tratamento de esgoto adequado. Apenas 20,59% do esgoto gerado na capital maranhense é tratado, um índice muito abaixo da média das capitais brasileiras, que é de 66,37%.

Não surpreende que São Luís figure entre os 20 piores municípios em saneamento básico, segundo um estudo do Instituto Trata Brasil, que avaliou as 100 cidades mais populosas do país.

Os impactos dessa falta de saneamento são visíveis: os nove rios que atravessam a cidade estão gravemente poluídos. A liberação de esgoto sem tratamento, o descarte irregular de resíduos e o desmatamento degradam a qualidade da água, afetam a biodiversidade e colocam em risco a saúde da população.

Para reverter esse quadro, seria crucial investir na coleta e tratamento de esgoto, evitando o despejo direto nos rios. Contudo, São Luís não tem um programa governamental voltado para essa necessidade. O investimento per capita em saneamento é irrisório, apenas R$ 45,00 por ano, muito abaixo da média nacional de R$ 136,00 e distante dos R$ 203,00 recomendados pelo Plano Nacional de Saneamento Básico.