POR RICARDO MARQUES
Em contundente artigo publicado no Poder 360, os especialistas Jhonatan Almada e Élida Gaziane Pinto – ele, diretor do Ciepp – Centro de Inovação para a Excelência em Políticas Públicas – e co-fundador da rede de planificadores educativos da América Latina, e ela professora da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas e procuradora do Ministério Público de Contas do Estado de São Paulo – abordam as múltiplas dimensões da qualidade do ensino médio no Brasil, destacando que resultados de avaliações, como o Enem, não devem ser o único critério para julgar o sistema educacional. A análise expõe desafios estruturais, como a precarização dos professores, a infraestrutura insuficiente nas escolas públicas e o baixo investimento público em educação, com queda de 2,5% ao ano nos gastos entre 2015 e 2021.
Os autores também evidenciam a desigualdade educacional, comparando o gasto público por aluno do ensino médio – cerca de R$ 8.500 anuais –, com os custos de escolas privadas de elite – que podem ultrapassar R$ 180 mil por ano. Além disso, criticam a implementação do Novo Ensino Médio, que teria acentuado desigualdades ao desconsiderar especificidades regionais, como municípios com apenas uma escola de ensino médio.
Jhonatan e Élida sugerem que avanços dependem de regulamentar o custo-aluno-qualidade e criar um Sistema Nacional de Educação. Só assim, segundo os autores, será possível garantir uma educação de qualidade e resultados mais equitativos nas avaliações, sem mascarar as iniquidades que hoje marcam o sistema educacional brasileiro.
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Fonte: O comentário do dia de Ricardo Marques
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