Ricardo Marques

O gato chinês que caçou o rato de Wall Street

Por: Opinião | Publicado: 03/02/2025 07:55 - 0 comentário


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POR CARLOS LEEN SANTIAGO         

“Não importa se o gato é preto ou branco, contanto que ele cace ratos.” A máxima de Deng Xiaoping nunca fez tanto sentido. Esta semana, uma startup chinesa deu um golpe de mestre digno de Sun Tzu e abalou Wall Street: a DeepSeek lançou sua IA generativa R1, capaz de rivalizar com o ChatGPT, da OpenAI, e os modelos da Meta e da Anthropic. O detalhe que apavorou ??os bilionários americanos? Ela fez isso com um orçamento de US$ 6 milhões, enquanto as gigantes dos EUA torraram bilhões para treinar seus modelos. O resultado: mais de US$ 1 trilhão evaporado no mercado de tecnologia ocidental.

Se o capitalismo premia inovação e eficiência, por que uma empresa que fez mais com menos causa pânico em Wall Street? A resposta é simples: o grande motor do “livre mercado” virou um sistema de monopólios mimados que vivem de hype e especulação. Quando surge uma concorrência real, a resposta é não competir, mas chorar por regulamentações e proteções.

E não é só inteligência artificial. O WeChat engoliu o WhatsApp e o Facebook na China. O TikTok redefiniu o consumo de vídeos no mundo inteiro. O 5G chinês está anos à frente do americano. E enquanto nos EUA o aluguel explode e o transporte público apodrece, Pequim avança em moradia acessível, infraestrutura de ponta e um ensino que forma cientistas e engenharias.

Por décadas, ouvimos que o comunismo era um cemitério da criatividade e da inovação. Mas é que, em 2025, um país governado por um Partido Comunista está ditando as regras do jogo, enquanto os capitalistas se desesperam para evitar a concorrência. Sem um inimigo interno para desafiar seu modelo, o capitalismo degenerou em estagnação, desperdício e corrupção. O comunismo, pressionado pela realidade, virou um caldeirão de inovação.

Deng Xiaoping sorri em algum lugar. Wall Street, nem tanto.

*Jornalista



Fonte: Opinião

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