Disputa por vaga no Tribunal de Contas escancara crise entre antigos aliados e torna improvável uma reaproximação para as eleições de 2026
Desde fevereiro de 2024, uma queda de braço entre aliados do ministro do STF Flávio Dino e do governador Carlos Brandão impede a nomeação do novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA). A crise, que teve origem no controle da vaga, escalou este mês com uma cobrança formal da Assembleia Legislativa, que pede que Dino suspenda três liminares contrárias à indicação do advogado Flávio Costa — nome eleito duas vezes pelo plenário e ligado a Brandão.
A querela paroquial ganhou repercussão nacional. Em matéria publicada neste último fim de semana, o UOL afirma que “a Assembleia acusa Dino de uso político das ações e que os vícios apontados já foram corrigidos”. Também sustenta que, nos bastidores, o gesto foi visto como ponto de não retorno na relação entre os grupos que, em 2022, marcharam unidos para eleger Brandão no primeiro turno.
Mas o impasse no TCE é apenas parte do problema. A decisão de Brandão de não renunciar ao cargo e ficar até o final do mandato — opção que este redator chama de “zé-reinaldiar”, em alusão ao ex-governador Zé Reinaldo Tavares, que em 2006 rompeu com os Sarney e concluiu o mandato na íntegra para eleger Jackson Lago — acirrou o clima. O governador quer concluir o mandato e emplacar o sobrinho, Orleans Brandão, secretário de Assuntos Municipalistas, como sucessor.
Do lado de Dino, a aposta é no vice-governador Felipe Camarão (PT), que só teria chance real de concorrer em 2026 se assumisse o comando do Palácio dos Leões antes. Sem o apoio da máquina estadual, sua viabilidade eleitoral é quase zero.
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