POR RICARDO MARQUES
O Ibama autorizou a exploração de petróleo na chamada margem equatorial — uma decisão que acende um alerta grave. Trata-se de uma das áreas mais sensíveis do litoral brasileiro, rica em biodiversidade e próxima da Amazônia. Um acidente ali poderia causar danos ambientais irreversíveis, atingindo manguezais, recifes e comunidades pesqueiras inteiras.
Apesar disso, políticos e empresários já anunciam promessas de bilhões em royalties e milhares de empregos. O discurso é o de sempre: riqueza fácil, progresso rápido, desenvolvimento garantido. Mas a história mostra que essa conta nunca fecha. Onde o petróleo chegou, o dinheiro até veio — mas com ele, vieram desigualdade, dependência econômica e destruição ambiental.
Enquanto o mundo inteiro corre para abandonar os combustíveis fósseis, o Brasil parece se agarrar ao passado, vendendo mais uma vez o velho sonho do “ouro de tolo”. A exploração da margem equatorial pode até render manchetes e discursos empolgados, mas dificilmente deixará um legado positivo. O risco é alto, a recompensa incerta — e o preço, mais uma vez, pode ser pago pela natureza e pelas futuras gerações.
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Fonte: O comentário do dia de Ricardo Marques
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