POR RICARDO MARQUES
Ah, o Brasil… esse país que parece ter sido escrito por um roteirista bêbado de novela mexicana de 5ª categoria. Reparem o que aconteceu em Santa Quitéria, no Ceará, palco de mais um ato da nossa tragicomédia política. O ex-prefeito José Braga Barroso, o Braguinha — eleito ano passado — é cassado — acusado pelo Ministério Público de ligações com o Comando Vermelho. E quem assume o trono? O filho! Joel Barroso, o herdeiro político, eleito ontem com 53% dos votos válidos. Ele era o presidente da Câmara de Vereadores e havia assumido interinamente a prefeitura, após a cassação e prisão do pai.
O Brasil é um país que não tem memória política — tem Alzheimer cívico! Aqui, corrupção é currículo, cassação é estratégia e sobrenome é cargo vitalício. A Santa Quitéria cearense é só mais um retrato dessa patifaria disfarçada de democracia. A velha “República das Capitanias Hereditárias”, edição 2025. A gente troca o figurino, mas o roteiro é sempre o mesmo: o crime compensa, desde que o paletó seja bem passado e o discurso comece com “meus amigos e minhas amigas”.
No fim das contas, o pai é cassado, o filho é eleito. No Brasil é sempre assim, tudo continua na mesma — andamos em círculo. E ainda tem gente que faz cara de nojo quando eu digo que esse país não tem a menor chance de dar certo.
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Fonte: O comentário do dia de Ricardo Marques
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