POR RICARDO MARQUES
Mais uma vez, a paciência do povo virou fumaça — literalmente. Os moradores da Areinha, aqui em São Luís, tiveram que incendiar pneus na Avenida dos Africanos para que a Prefeitura, enfim, enxergasse o que há anos está diante dos olhos de todos: um bairro abandonado pelo poder público.
Enquanto as valas de esgoto correm a céu aberto e as chuvas transformam ruas em lagoas imundas, a Prefeitura parece mais preocupada em promover shows ou reasfaltar avenidas ainda asfaltadas, que dão ibope, do que em garantir o básico — saneamento, drenagem, infraestrutura. É o retrato da capital que sonha com o título de “ilha do amor”, mas trata seus bairros como periferias invisíveis.
A manifestação é o grito de quem cansou de promessas e lama. A cidade não pode normalizar o caos, nem aceitar que cidadãos tenham de incendiar avenidas para serem ouvidos. Cabe à Prefeitura sair da zona de conforto e agir — não com discursos ou notas oficiais, mas com obras reais, dignas e urgentes. Porque quem vive na Areinha não quer piedade. Quer respeito.
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Fonte: O comentário do dia de Ricardo Marques
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