POR RICARDO MARQUES
A nova pesquisa DataIlha trouxe números que, à primeira vista, impressionam: Eduardo Braide aparece com 80% das intenções de voto em São Luís para o Palácio dos Leões. Um desempenho avassalador. O segundo colocado, Orleans Brandão, tem 8,5% — tão distante que parece fora do retrovisor. Felipe Camarão e Lahésio Bonfim, somados, chegam a apenas 6%.
Mas aqui está o ponto que muda tudo: São Luís representa só cerca de 14% do eleitorado do Maranhão. E é por isso que liderar isolado na capital, numa eleição estadual, vira facilmente uma ilusão de ótica. Os Sarney entenderam isso cedo: nunca se deixaram impressionar com as tendências do eleitor ludovicense, porque sabiam que eleição de governador, no Maranhão, se decide no interior. Só perderam quando ficaram contra o Palácio dos Leões ou quando, mesmo no poder, abandonaram seu próprio candidato — Edinho Lobão, em 2014.
Num estado pobre, de territorialidade amazônica, é quase impossível alcançar todos os cantos sem o impulso da máquina estadual, presente nos 217 municípios. Braide não é besta e sabe disso. Por mais competitivo que seja — e é, disparado, o nome mais forte da oposição —, fora da Grande Ilha a banda toca diferente. Basta olhar pesquisas estaduais: o prefeito aparece bem, às vezes até lidera, mas Orleans, quando não está à frente, empata tecnicamente. Cresce rápido no interior, já fungando no cangote de Braide, o que é notável para alguém que até pouco tempo quase ninguém conhecia, enquanto o prefeito — reeleito — se insinua pré-candidato ao governo desde antes.
E há ainda o fator Carlos Brandão: o governador faz uma gestão com indicadores socioeconômicos robustos, o que projeta um cenário favorável ao nome que parte justamente do Palácio dos Leões.
Portanto, a pesquisa na capital pesa — mas está longe de contar toda a história.
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Fonte: O comentário do dia de Ricardo Marques
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