POR RICARDO MARQUES
Para além da badalada questão que poderia ter lhe cassado o mandato por suposto crime de responsabilidade fiscal — naquele caso onde o gestor foi denunciado por descumprir a decisão judicial sobre o teto salarial do Município e promover descontos ilegais no benefício de aposentados —, o prefeito Eduardo Braide terá outro pepino pra descascar. O Ministério Público do Maranhão revelou que a Prefeitura de São Luís deixou de repassar mais de R$ 68 milhões ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, entre 2012 e 2023. Dinheiro que deveria financiar projetos sociais, combater o trabalho infantil e garantir abrigo a jovens em situação de risco.
Na avaliação do MP, a falta desses recursos travou dezenas de ações e comprometeu o funcionamento de instituições que dependem do fundo para continuar atendendo quem mais precisa.
O promotor Márcio Thadeu Marques chamou o caso de verdadeiro “desmonte programado” das políticas de proteção à infância. E com razão: enquanto a prefeitura encontra recursos para festas e cachês milionários, falta responsabilidade para cumprir obrigações básicas com a população mais vulnerável.
E a distorção continua. Este ano, como parte das comemorações pela passagem dos 413 anos de São Luís, o prefeito Eduardo Braide escancarou os cofres da municipalidade para contratar artistas a peso de ouro — apenas o cantor Gusttavo Lima recebeu R$ 1,2 milhão por um único show —, enquanto políticas públicas essenciais para crianças e adolescentes da capital seguem abandonadas.
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Fonte: O comentário do dia de Ricardo Marques
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