Ricardo Marques

Entre suspeita e prova

Por: O comentário do dia de Ricardo Marques | Publicado: 19/12/2025 08:39 - 0 comentário


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POR RICARDO MARQUES 

Autorizada pelo ministro do STF, André Mendonça, a operação da Polícia Federal desta quinta-feira (18), que teve como alvo o senador Weverton Rocha (PDT/MA), inclusive com mandado de busca e apreensão, não é condenação, nem prova de culpa — é investigação. E investigação deve ser firme, mas não pode virar sentença antecipada. Em tempos de hiperpolitização, é preciso separar fatos de suposições — como fez, inclusive, o ministro Mendonça.

Weverton é hoje um dos principais articuladores do governo Lula no Senado — fato que, naturalmente, o torna vidraça. Ele é relator de temas sensíveis, como a revisão da Lei de Impeachment e a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao STF. Questões que mexem com nervos expostos da República.

O ministro André Mendonça reconheceu que a PF aponta “fortes indícios” e autorizou a busca. Ao mesmo tempo, porém, acompanhou o parecer do Ministério Público Federal, que não viu elementos suficientes para prisão. No entendimento do MPF, as provas são suposições não comprovadas, que não mostram vínculo direto entre o senador e o recebimento de valores ilegais.

O MPF também alertou: o fato de ex-assessores aparecerem como destinatários de recursos suspeitos não transfere automaticamente responsabilidade a Weverton sem provas robustas. E apontou contradições da própria PF sobre o papel do senador — ora apontado como líder, ora como alguém apenas influente.

O que se espera agora é o básico do Estado de Direito: isenção, cautela e respeito às garantias legais. Ou seja: nem blindagem, nem linchamento.

A política já está contaminada demais para dispensar a prudência.

Veja o comentário em vídeo (aqui)



Fonte: O comentário do dia de Ricardo Marques

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