POR RICARDO MARQUES
O governo Lula sofreu uma derrota pesada na Câmara: caducou a Medida Provisória que garantiria cerca de R$ 17 bilhões aos cofres públicos. Um baque político e fiscal — e, convenhamos, evitável. Faltou articulação, sobrou vaidade e, mais uma vez, o Palácio do Planalto foi surpreendido por figuras que se passam como sendo da base. Resultado: o país perdeu bilhões que poderiam reforçar políticas públicas, investimentos e programas sociais.
A bancada maranhense votou dividida. Dos 18 deputados, foram sete votos contra o governo, nove a favor e dois que não votaram. Ou seja: a maioria até se manteve coerente com o Planalto — o problema está em casos isolados, que chamam atenção justamente pela incoerência e pela trairagem.
Um exemplo é o da deputada Amanda Gentil, que, durante a passagem de Lula por Imperatriz, nesta semana, fez questão de posar ao lado do presidente — chegando a ocupar a cadeira do ministro Jader Filho para registrar o momento, quando ele se levantou para discursar. Dois dias depois, a mesma deputada votou contra a Medida Provisória, contrariando o governo.
É esse tipo de contradição que desgasta a imagem dos políticos e mina a confiança do eleitor. É o velho jogo duplo: discurso alinhado e bajulação em público, mas trairagem nos bastidores. De um lado, o sorriso na foto; do outro, o voto em sentido oposto. Política não se faz só com pose — e coerência, nesse caso, teria valido mais do que qualquer registro nas redes sociais ou puxação de saco.
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Fonte: O comentário do dia de Ricardo Marques
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